Sabemos
que podemos resolver problemas usando equações. A resolução de equações pelo
método algébrico consiste em algumas etapas que vamos recordar:
a)
Representar o valor desconhecido do problema, a incógnita, por uma letra que, em geral, é a letra x.
b)
Escrever a sentença matemática que “traduz” o problema. É o que chamamos de
equacionar o problema.
c)
Resolver a equação do problema.
d)
Verificar a solução encontrada escolhendo a solução correta, de acordo com o
que foi solicitado no problema.
Já
estudamos problemas utilizando equações do 1º grau, estudemos agora equações do
2º grau, usadas na resolução de problemas de diferentes assuntos que apresentam
necessidade desse tipo de equação.
Na
figura a seguir, temos um retângulo de comprimento 6 cm e cuja largura é
desconhecida, ou seja, não sabemos sua medida. Ao lado desse retângulo temos um
quadrado cujo lado é igual à largura do retângulo. Vamos determinar o lado do
quadrado, sabendo que a área total da figura é de 16 cm².
Chamamos
o lado do quadrado, que é a incógnita do problema, de x.
Calculando as áreas do retângulo e do quadrado, temos:
Área
do retângulo: 6 ∙
x = 6x
Área
do quadrado: x ∙
x = x²
Área total da figura é: 6x + x² = 16. (Equação do problema)
Vamos,
agora, "arrumar" a equação do problema, colocando todos os termos no
primeiro membro e ordenando-os de acordo com as potências de x, da maior para a menor, ou seja, de
modo decrescente.
x² + 6x – 16 = 0
Essa
equação é da forma ax² + bx + c = 0 e é chamada de equação do 2º grau.
Os
coeficientes a, b e c são números reais;
e o a é sempre diferente de zero.
Assim,
a equação do 2º grau possui:
Um
coeficiente dependente de x2: a.
Um
coeficiente dependente de x: b.
Um
coeficiente independente de x: c.
Veja
os exemplos:
a) Na
equação 2x² – 4x + 5 = 0, os
coeficientes são:
a = 2, b = –4 e c = 5.
b) Na
equação x² + 5x = 0, os coeficientes
são:
a = 1, b = 5 e c = 0.
Nesse
caso, não existe o termo independente de x.
c) Na
equação 2x² – 9 = 0, os coeficientes
são:
a = 2, b = 0 e c = –9.
Nesse
caso, não existe o termo do 1º grau em x.
d)
Na equação 4x² = 0, os coeficientes são:
a = 4, b = 0 e c = 0.
Nesse
caso, faltam dois termos.
A
equação que encontramos no problema inicial é uma equação completa, pois não tem coeficientes nulos.
Quando uma equação do 2º grau possui um ou dois coeficientes nulos ela é chamada de incompleta.
Na equação do 2º grau, escrevemos que a é diferente de zero. O que aconteceria se a fosse igual a zero?
Vamos
substituir a por zero da equação ax² + bx
+ c = 0.
A
equação ficará assim:
0∙x
+ bx + c = 0
bx + c = 0
Uma
equação do 1º grau. Portanto, o coeficiente do termo de 2º grau não pode ser
zero, pois anulando esse termo, a equação deixa de ser do 2º grau.
Resolução de uma equação do 2º grau
Já
vimos, quando estudamos equações do 1º grau, que resolver uma equação é
encontrar um valor da variável x que
torna a equação verdadeira quando substituímos x por esse valor.
No
caso da equação do 2º grau, podemos encontrar até duas soluções diferentes para
uma equação.
Exemplo:
a)
Verifique, na equação do problema inicial, se o número 2 é solução da equação:
A equação é: x² + 6x – 16 = 0
Substituindo x por 2, temos:
2² + 6 ∙ 2 – 16 = 0
4 + 12 – 16 = 0
16 – 16 = 0
Sentença verdadeira!
Logo, x = 2 é uma solução da
equação x² + 6x – 16 = 0.
b)
Verifique, na mesma equação, se 1 é solução.
Substituindo x
por 1, temos:
1² + 6 ∙ 1 – 16 = 0
1 + 6 – 16 = 0
7 – 16 = 0
Sentença falsa!
Logo, x =
1 não é solução da equação x² + 6x – 16 = 0.
Resolução das equações incompletas
1º caso: Equações do 2º grau em que b = 0
(equações do tipo ax² + c = 0)
Nesse
caso, a equação só tem um termo em x, então a resolvermos como se ela
fosse uma equação do 1º grau.
ax² + c = 0
ax² = –c.
Isolando o termo em x no 1º membro.
Agora,
calculando o termo em x2,
temos:
x2 = –c / a.
e
extraindo a raiz quadrada, ficará:
Porém
as soluções da equação são, podem ser uma positiva e uma negativa, de forma
simétrica, por exemplo:
Desse
modo, esse tipo de equação pode ter duas soluções reais, caso o radicando –c seja um número positivo.
Se o
radicando for negativo a equação não terá solução, pois a raiz de índice
par de um número negativo não é um número real.
No
caso do radicando ser nulo, a equação terá uma única solução, também nula.
Exemplo: Resolver a equação 3x² – 27 = 0.
3x² = 27
x² = 27 / 3
x2 = 9
x = ±
x = 3
As soluções da equação são +3 e –3.
2º caso: Equações do 2º grau em que c =
0
(equações
do tipo ax² + bx = 0)
Observe
que essa equação possui dois termos em x.
Nesse
caso, podemos fatorar ax² + bx, colocando x em evidência:
x ∙
(ax + b) = 0
Obtivemos
um produto de dois fatores que deve ser igual a zero.
Logo
um dos fatores deve ser nulo: x = 0.
Se x (ax + b) = 0, então x = 0 ou ax + b = 0.
ax = –b
x = –b / a
Neste tipo de equação, encontraremos sempre duas soluções diferentes, sendo uma delas iguais a zero.
Exemplo: Resolver a equação 3x² – 15x = 0.
x ∙ (3x – 15) = 0
x = 0 ou 3x – 15 = 0
3x = 15
x = 15 / 3
x = 5
As soluções são x1 = 0 e x2 =
5.
Atividades:
1) Na equação x2 – 7x + 10 = 0, verifique
se o número 5 é uma solução.
2) Dados os números, 0, –1
e 1; indique quais são as soluções da equação: x2 + 3x + 4.
3) Na equação 3x2 + 3x – 4 = 0, indique:
a) o coeficiente
dependente de x2.
b) o coeficiente
dependente de x.
c) o coeficiente
independente de x.
4) Quais são os
coeficientes da equação ?
5) Uma equação do 2º
grau (ax2 + bx + c = 0) é
chamada de incompleta quando b=0 ou c=0. Resolva as equações incompletas do
2º grau abaixo:
a) x2 = 49
b) 3x2
= 9
c) x2 – 36 = 0
d) 2x2 – 8 = 0
e) x2 – 1 = 8
f) x2 + 5 = 30
g) –3x2 + 12 = 0
h) 16x2 – 5 = 4
6) Resolva as equações
abaixo colocando x em evidência:
a) x2 – 2x = 0
b) x2 + 10x = 0
c) 2x2 + 8x = 0
d) 6x2 + 6x = 0
e) 2x2 – 72 = 0
f) x2 – 16x = 0
g) –3x2 + 9x = 0
h) –7x2 + 13x = 0
i) –x2 + 5x = 0
j) 2x2 = 8x
k) 3x2 = –6x
7)
Qual é o número que elevado ao quadrado é igual ao seu dobro?
8)
Qual é o lado de um quadrado cuja área é 256 cm2 ?
9)
Resolva as equações de 2º grau abaixo:
a) 2x2 = 10
b) x2 – 3 = 0
c) 3x2 – 21 = 0
d) 4x2 – 3 = 0
e) (x – 2)2 = 6
f) (x + 5)2 – 3 = 0
g) –7x2 + 19 = 0
h) –5x2 + 10 = 0
i) (x – 4)2 = 4
j) (x – 3)2 = 16
k) (x + 1)2 = 64
l) (2x – 3)2 – 9 = 16
m) (x + 3)2 + 12 = 48
10) Lembrando que “se A ∙ B = 0, então A = 0 e B
= 0”, resolva as seguintes equações:
a) (x – 1) ∙ (x – 2) ∙ (x – 3) = 0
b) 10 ∙ (x + 2) ∙ x = 0
c) x ∙ (2x – 1) ∙ (3x + 1) = 0
Resolução de Equação do 2º Grau Completa
Já sabemos resolver a equação x2 + 6x = 0, colocando o x em evidência.
Agora, como resolver a equação x2 + 6x = 7 ?
Observe atentamente a resolução abaixo. Vamos começar com algo que, a princípio, pode parecer misterioso.
Somando
9 aos dois lados da equação:
x2 + 6x + 9 = 7 + 9
Repare que, com esse artifício misterioso o lado esquerdo é exatamente igual a (x + 3)2. Confira.
Temos,
então:
(x + 3)2 = 16
x + 3 = ±
√16
x + 3 = ±
4
x = –3 ±
4
As
raízes da equação são:
x1 = –3 + 4 = 1
x2 = –3 – 4 = –7
Fica então a pergunta: como
adivinhamos que, se somássemos 9 aos dois lados da equação, a solução
apareceria? Respondemos logo.
Para obter um quadrado
perfeito a partir da expressão
x² + px,
devemos somar a essa expressão:
Observe que
Portanto, se temos, por
exemplo a expressão x² + 6x, para
obter um quadrado perfeito, devemos somar
Exemplo:
Vamos
resolver a equação x² – 8x – 20 = 0.
Isolamos
então x² – 8x no primeiro membro, e a
seguir, procuramos o número que deve ser colocado no lugar de #, de modo que x² – 8x + # seja um trinômio quadrado perfeito.
Como esse número é 16, somaremos 16 aos dois membros da equação.
Veja
então a sequência toda:
x² – 8x – 20 = 0
x² – 8x = 20
x² – 8x +
16 = 20 + 16
(x – 4)2 = 36
x – 4 = ±
√36
x – 4 = ± 6
x = 4 ± 6
Portanto, as raízes da
equação são:
x1 = 4 + 6 = 10
x2 = 4 – 6 = –2
Logo, S = {–2, 10}.
Vamos conferir:
x² – 8x – 20 = 0
(–2)2 – 8 ∙ (–2) – 20 = 4 + 16 – 20 = 0
(10)2 – 8 ∙ (10) – 20 = 100 – 80 – 20 = 0
Atividade:
1) Pratique, como completar
quadrados.
a) x² + 10x + # = (x + #)²
(10/2)2
= 52 = 25
Portanto, x² + 10x + 25 = (x + 5)².
b) x² + 12x + # = (x + #)²
c) x² – 6x + # = (x – #)²
d) x² + 3x + # = (x + #)²
2)
Resolva as equações:
a) (x + 3)2 = 25
b) (x – 2)2 = 1
c) (x – 1)2 = 2
d) x2 – 4x = 12
e) x2 – 6x – 40 = 0
f) x2 – 5x + 6 = 0
g) x2 – 8x + 10 = 0
h) (3x – 2)2 = 4
Fórmula Resolutiva de Equação do 2º Grau Completa
Existe
um método que nos permite resolver qualquer equação do 2º grau.
Aplicando
esse método, obtemos uma fórmula resolutiva conhecida como fórmula de Bhaskara.
Bhaskara
foi um matemático hindu nascido por volta do ano 1100. Embora a fórmula que
vamos conhecer leve seu nome, ele não a descobriu. Trezentos anos antes, o
método de resolução já era aplicado elo matemático árabe Al-Khowrizmi, tido como iniciador da álgebra. Entretanto, Bhaskara
levou a fama...
A idéia principal do método para resolver uma equação do tipo ax² + bx + c = 0, com a ≠ 0, é esta:
a) se ax² + bx + c for um trinômio quadrado perfeito, a resolução é simples;
b) se ax² + bx + c não for um trinômio
quadrado perfeito, iremos transformá-lo num trinômio quadrado perfeito.
Somando
um número conveniente aos dois membros da equação e assim completando quadrado,
como aprendido anteriormente.
Para tanto, vamos começar procurando o número que deve ser colocado no lugar de #, para que
4x² + 20x + #
seja um trinômio quadrado perfeito.
4x2 + 20x = 4 ∙ (x2 + 5x),
colocando
o 4 em evidência, para completar o quadrado da expressão inicial, primeiro
devemos completar para expressão:
x2 + 5x
Disso,
temos:
E
para a expressão inicial, temos:
4x² + 20x + 25 = (2x + 5)2.
Dedução da Fórmula de Bhaskara
Vamos
usar o método na resolução de uma equação do 2º grau genérica, isto é, uma
equação que representa qualquer uma das possíveis equações do 2º grau:
ax² + bx + c = 0, a ≠0
Começamos isolando ax² + bx no primeiro membro.
ax² + bx + c = 0
ax² + bx = –c
Agora, procuramos o termo que deve ser colocado no lugar de #, para que ax² + bx + # seja um trinômio quadrado perfeito.
colocando
o a em evidência, para completar o
quadrado da expressão inicial, primeiro devemos completar para expressão:
Disso,
temos:
E
para a expressão inicial, temos:
Voltando
à equação
ax² + bx = –c,
já sabemos que para completar quadrado e resolvê-la, precisamos somar ambo os lados por:
Então,
temos:
É
bastante usual indicarmos a expressão b²
– 4ac pele letra grega Δ (“delta”) e que recebe o nome de discriminante da equação do 2º grau
e possui um papel fundamental na equação, pois se:
Se o
discriminante for positivo, Δ > 0, a equação possui duas raízes reais
diferentes.
Se o
discriminante foi nulo, Δ = 0, a equação possui uma raiz real, ou por pleonasmo
diz-se que possui duas raízes reais iguais.
Se o
discriminante dor negativo, Δ < 0, a equação não possui raízes reais.
Utilizando a fórmula de Bhaskara, vamos resolver algumas equações:
Equação 1: 2x2 – 7x + 3 = 0
A equação possui duas raízes reais diferentes, que
são:
Logo, a solução da equação é:
x1 = 3
e x2 = ½.
Equação 2:
x2 – 6x + 9 = 0
Como
o discriminante (valor dentro do radical) é nulo, a equação possui uma raiz
real, que é:
x = 6 / 2 = 3.
Logo,
a solução da equação é:
x = 3.
Equação 3: 2x2 + 5x + 4 = 0
A
equação não possui raízes reais, pois
seu discriminante (valor dentro do radical) é negativo.
Atividades:
1) Além da
fatoração, há uma fórmula resolutiva das equações do 2º grau. Segundo a fórmula
as raízes da equação ax2 + bx
+ c = 0, com a≠0 e a, b, c
onde o valor da expressão b2 – 4ac é denominado discriminante da equação.
Use a fórmula para achar as raízes das seguintes equações:
a) x2 – 2x – 15 = 0
b) x2 + 5x – 6 = 0
c) 2x2 + 3x + 1 = 0
d) x2 – 5x + 4 = 0
e) x2 – 3x + 2 = 0
f) 2x2 – 3x + 1 = 0
g) x2 – x – 2 = 0
h) x2 + x + 5 = 0
i) 4x2 – 6x + 2 = 0
j) 8x2 – 2x – 1 = 0
k) 3x2 – 8x + 10 = 0
l) –x2 – 2x + 3 = 0
2) O matemático
francês François Viète (1540-1603) descobriu as seguintes relações entre as
raízes x1 e x2 da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0 (a≠0):
x1 + x2 = –b / a
Indique a soma e o
produto das raízes das equações abaixo. A seguir, descubra mentalmente suas
raízes:
a) x2 – 5x + 6 = 0
b) x2
– 4x + 4 = 0
3) A soma S e o produto P das raízes de uma equação do 2º grau são tais que a equação pode
ser apresentada da seguinte forma: x2
– Sx + P = 0.
Resolva mentalmente as
equações abaixo, achando, inicialmente, a soma e o produto das raízes:
a) x2 + 7x + 10 = 0
b) x2 – 4x – 5 = 0
c) x2 + 8x – 9 = 0
d) x2 – 3x – 10 = 0
e) x2 + 8x + 16 = 0
4) Na equação x2 – 4x + p – 6 = 0, a soma e o produto das raízes são iguais. Determine, nessas condições, o valor de p.
5) Considere as
expressões:
x2 – 5x – 6 e
2x – 16.
Encontre os valores
reais de x para os quais:
a) a primeira expressão
é igual a 0.
b) a segunda expressão é
igual a 0.
c) a primeira expressão
é igual a 8.
d) a segunda expressão é
igual a 8.
e) as duas expressões
possuem o mesmo valor.
6) Por que a equação (x – 1)2
+ 3 = 0 não possui solução?
7) Resolva
a equação x4 + 15x2 – 16 = 0.
8) Resolva as equações abaixo:
a) x2 + 4x – 1 = 0 b) 10x2 – 7x + 1 =
0
c) x2 + x +
e) a2 + 2a + 1 = 0 f) m2 – 9 = 16
g) k2 + 100k = 0 h) h + 1 = h2 – 1
i) w2 – 16w + 64 = 0 j) 100u2 – u = 0
Problemas com Equação do 2º grau
Já tratamos de resoluções de
equações do 2º grau, vamos resolver problemas que dependem dessas equações.
Observe que o significado das
incógnitas deve ficar bem claro para que o equacionamento do problema possa ser
feito sem dificuldade. Após a resolução da equação, devemos verificar se as
duas raízes servem como resposta para o problema em questão.
Para tanto, é interessante que você leia atentamente cada enunciado e construa a equação que possibilita a resolução. Vejamos alguns exemplos:
Exemplo 1:
A prefeitura de uma cidade deseja cimentar o contorno de uma praça retangular de 40 metros por 20 metros. Para que faixa a ser cimentada seja uniforme e a área interna da praça tenha 476 m2, que largura deverá ter essa faixa?
Claramente
que a largura da faixa é nossa incógnita. Vamos então chamar de x a medida que desejamos calcular.
Pelo
problema, a área interna deverá ter 476 m2. Devemos pela figura
verificar que a área interna é dada pelas dimensões:
da
largura: (20 – x – x) = 20 – 2x,
e
do comprimento: (40 – x – x) = 40 – 2x.
Fazendo
o produto dessas dimensões obteremos a área da parte interna, já conhecida:
(20 – 2x) ∙ (40 – 2x) = 476.
Desenvolvendo
a expressão, temos:
800 – 40x – 80x + 4x2 = 476
4x2 – 120x + 800 – 476 = 0
4x2 – 120x + 324 = 0.
Essa
é uma equação do 2º grau, e a largura da calçada a sua incógnita. Vamos
resolver essa equação, utilizando a fórmula de Bhaskara:
x1 = (30 + 24) / 2 = 54 / 2
= 27.
x2 = (30 – 24) / 2 = 6 / 2
= 3.
Como a faixa não pode ser maior que a própria praça, descartamos a raiz x = 27.
Assim, a solução do problema deverá ser x = 3.
Isso
significa que a faixa ao redor da praça deverá ter 3 metros de largura.
Exemplo 2:
Dois números
quando adicionados somam 10 e quando multiplicados têm produto 24. Quais são
esses números?
Formando expressão algébrica de cada uma das situações, temos, utilizando
como variáveis x e y:
x + y = 10
x ∙ y = 24.
Agora, temos duas equações, e para resolvê-la e encontrar uma solução para
o problema devemos isolar uma das incógnitas, escolhamos isolar y:
y = 10 – x.
Na segunda equação no lugar de substituímos x pela expressão encontrada
depois de isolar:
x ∙ y = 24.
x ∙ (10 – x) = 24.
Desenvolvendo a expressão e resolvendo a equação de 2º grau, temos:
10x – x2 = 24
–x2 + 10x – 24 = 0
x2 – 10x + 24 = 0
x1 = (10 + 2) / 2 = 12 / 2
= 6
x2 = (10 – 2) / 2 = 8 / 2 =
4.
É assim, encontrado que os dois números são 4 e 6.
E se verificarmos, teremos:
4 + 6 = 10
4 x 6 = 24.
Exemplo 3:
Conhecendo a área e o perímetro de um retângulo, é possível calcular suas dimensões. Quais as dimensões de um retângulo que tem 18 cm de perímetro e 20 cm2 de área?
Formando expressão algébrica de cada uma das situações, temos, utilizando
como variáveis x e y:
Perímetro: 2∙x + 2∙y = 18
Área: x ∙ y = 20
De acordo com as dimensões x e y da figura, devemos encontrar os valores x e y que satisfaçam as duas equações:
a) Isolando o y, temos:
2x + 2y = 18
x + y = 9
y = 9 – x.
b) Substituindo
na 2ª equação:
x ∙ y = 20
(9 – x) ∙
x = 20
9x – x2 = 20
c) Desenvolvendo a expressão e resolvendo a equação de 2º grau, temos:
x2 – 9x + 20 = 0
x1 = (9 + 1) / 2 = 10 / 2 =
5
x2 = (9 – 1) / 2 = 8 / 2 =
4.
Portanto,
as dimensões desse retângulo são 5 cm e 4 cm.
E se verificarmos, teremos:
Perímetro
= 2 x 5 + 2 x 4 = 10 + 8 = 18.
Área
= 5 x 4 = 20
Exemplo 4:
Seu Cirilo deseja cercar o terreno onde vai construir sua casa. Para tanto, ele pretende aproveitar um barranco e cercar os outros 3 lados, de forma a obter um retângulo. Como área do terreno é de 96 m2 e ele dispõe de um rolo de 28 m de tela, a que distância do barranco deverão ser colocadas as estacas 1 e 2?
Área = 96
x ∙ (28 – 2x) = 96
28x – 2x2 = 96
2x2 – 28x + 96 = 0
x1 = (28 + 4) / 4 = 32 / 4
= 8
x2 = (28 – 4) / 4 = 24 / 4
= 6.
Resolvendo
essa equação, temos: x = 8 ou x = 6.
Portanto,
seu Pedro deverá colocar as estacas a 8 m ou a 6 m do barranco.
Atividades:
1)
Sabendo que a soma de dois números é 37 e seu produto é 300, descubra quais são
esses números.
2) Os números 1, 2, 3, 4 ...
são chamados de números naturais. Cada número natural possui um consecutivo,
que á o número que vem depois dele. Por exemplo, o consecutivo de 1 é 2. O
consecutivo de 8 é 9 etc.
Multiplicando-se um número
natural por seu consecutivo, encontramos 132. Que número é esse?
3) Quais as dimensões de um
retângulo que tem 30 cm de perímetro e 50 cm2 de área?
4) Ao cercar um terreno
retangular, dando três voltas completas, uma pessoa gastou 180 m de arame.
Quais as dimensões desse retângulo, sabendo que o comprimento é o dobro da
altura.
5) Com uma corda de 10 m de comprimento, Pedro deseja cercar uma área retangular de 5 m². Quais as medidas dos lados desse retângulo? (Use √5 ≈ 2,24).
6) Um operário foi contratado
para construir uma calçada em volta de dois lados de um terreno retangular,
como mostra a figura abaixo:
O terreno mede 20 m por 30 m e
a calçada deve ter sempre a mesma largura. Sabendo que o operário dispõe de 104
m² de lajotas para fazer a obra, qual calçada deve ser a largura da calçada?
7) Um terreno retangular tem
50 m² de área. Diminuindo seu comprimento em 3 m e aumentando sua largura em 2
m, o terreno transforma-se em um quadrado. Qual á área desse quadrado?
Sugestão: Observe a figura
abaixo:
8) João comprou um certo
número de camisetas (todas iguais) para dar a seus empregados e gastou R$
96,00. Dias depois, passando em outra loja, viu a mesma camiseta em promoção, R$
2,00 mais barata. Desta vez, comprou uma camiseta a mais que na compra anterior
e gastou R$ 90,00. Quantas camisetas João
comprou ao todo?
9) Um grupo de pessoas saiu
para almoçar em um restaurante, sendo que três delas são mulheres. A conta, de
R$ 72,00, foi inicialmente dividida entre todos, mas depois os homens
resolveram que, por gentileza, as mulheres não deveriam pagar. Então, cada
homem contribuiu com mais R$ 4,00 e a conta foi paga. Quantas pessoas havia no
grupo?
Sugestão: Escolha as seguintes
incógnitas:
x = número de pessoas do grupo
y = valor que cada um deveria pagar
a) Se a conta foi de R$ 72,00,
qual é a primeira equação?
b) Se existem 3 mulheres no
grupo, quantos são os homens?
c) Se, no pagamento, cada
homem contribuiu com mais R$ 4,00, qual é a segunda equação?
10) Na figura abaixo existem 20
pontos arrumados em 5 linhas e 4 colunas:
Imagine que 480 soldados estão
formados, arrumados em linhas e colunas.
O número de linhas é 4
unidades maior que o número de colunas. Quantas são as linhas e as colunas
dessa formação?
11) Equacione o texto abaixo e
resolva:
Estavam os pássaros
divididos em dois grupos:
enquanto o quadrado da oitava parte
se divertia cantando sobre as árvores,
outros doze sobrevoavam
o campo também cantando alegremente
Quantos pássaros havia no
total?
12) Um triângulo retângulo tem
hipotenusa 15. Um dos catetos tem 3 unidades a mais que o outro. Qual é o
perímetro desse triângulo?
13) Um bambu de 32 côvados,
erguendo-se verticalmente sobre um terreno horizontal, é quebrado num certo
ponto pela força do vento. Sabendo que sua extremidade tocou a terra a 16 côvados
do seu pé, responda: a quantos côvados do seu pé estava o ponto em que o bambu
foi atingido pela força do vento?
Observando a figura, vimos que
o bambu forma com o chão um triângulo retângulo.
O
número de diagonais de um polígono
Um polígono tem n lados, sendo n > 3. Veja os exemplos:
De cada um dos vértices de
um polígono saem n – 3 diagonais.
Do vértice A desse
octógono (polígono de 8 lados) saem 5 diagonais (8 – 3 = 5).
Como são n lados, temos n∙(n – 3) diagonais. Entretanto, essa expressão deve ser dividida
por 2, caso contrário uma mesma diagonal seria contada duas vezes (a diagonal
AC é a mesma diagonal CA).
Então, temos que o número
de diagonais de um polígono é:
Nessa expressão, D
representa o número de diagonais e n
o número de lados do polígono.
Assim, vemos que há uma relação entre o número de lados e o número de diagonais de um polígono.
Para descobrir todas as
diagonais de um octógono, acompanhe o cálculo abaixo:
Se quiser conferir o
resultado, desenhe esse polígono e trace suas diagonais.
Exemplo 1:
Qual é o polígono que tem
90 diagonais?
n2 – 3n – 180 = 0,
x1 = (3 + 27) / 2 = 30 / 2 = 15
x2 = (3 – 27) / 2 = –24 / 2 = –12.
Como as diagonais de um polígono são representadas por um número inteiro e positivo, abandonaremos a raiz n = –12.
Portanto, o polígono que
tem 90 diagonais é o polígono de 15 lados.
Exemplo
2:
Existe polígono com 100 diagonais?
Como
a √809 não é exata, as raízes da equação n2 - 3n - 200
= 0 não podem ser valores inteiros. Nesse caso, concluímos que não existe
polígono com 100 diagonais.
Observe que a equação n2 - 3n - 200 = 0 possui duas raízes reais. No entanto, nenhuma delas satisfaz a solução do problema. Muitas vezes não basta resolver a equação, pois é preciso analisar a solução encontrada.
Atividade:
1) De acordo com a expressão,
diga qual o polígono que possui:
a) 35 diagonais.
b) 54 diagonais.
c) 170 diagonais.
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