terça-feira, 28 de julho de 2020

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Ponto Médio de um segmento

Observe a reta orientada:

O ponto M é dito ponto médio do segmento AB, quando a distância entre A e M e entre M e B são iguais, ou seja, AM = MB. O ponto médio M divide o segmento AB na razão 1.

 

Podemos determinar a abscissa xM do ponto médio M, conhecidas as abscissas de A(3) e de B(9) e utilizando o fato, que M divide AB na razão r = 1, teremos:

 

Resolvendo a equação:

xM – 3 = 9 – xM

2xM = 9 + 3

xM = 12 / 2

xM = 6

Então a abscissa do ponto médio M é 6.

 

De modo geral, temos que a abscissa do ponto médio M é a média aritmética das abscissas do segmento AB.

 Pelo mesmo fato que, M divide AB na razão 1, temos:

  

xM xA = xBxM

 2xM = xB + xA 

 

Calculemos, a abscissa do ponto médio M, dos pontos C(-9) e D(13), localizados na reta orientada. 

 

Então a abscissa do ponto médio M é 2.

 

Vejamos no Plano, considerando os pontos A(1, 2) e B(5, 6), verifiquemos as coordenados  do ponto médio M do segmento AB:

a) Em relação ao eixo das abscissas:  .

b) Em relação ao eixo das ordenadas: .

De fato, notamos que as coordenadas de M é (3, 4).

 

De modo geral, as coordenadas  do ponto médio M de um segmento AB, contido num plano, a partir das coordenadas dos pontos A e B do segmento, é dado por:

 

A abscissa do ponto médio é a média aritmética das abscissas dos pontos do segmento; e a ordenada é a média aritmética das ordenadas dos pontos do segmento.

 Considerando C(-1, 4) e D(5, 2), podemos determinar as coordenadas do ponto médio M do segmento CD:

 

Então M(2, 3).


Mediana e Baricentro de um Triângulo no Plano 

Num Plano, podemos obter um triângulo, determinando três pontos não colineares, ou seja, não pertencentes à mesma reta.

Define-se, mediana como o segmento que liga o vértice de um triângulo ao ponto médio do lado oposto, então devemos ter três medianas num triângulo. 

O encontro dessas três medianas é num mesmo ponto chamado Baricentro. 

Um fato importante para Geometria Analítica, que nota-se na Geometria Plana, é que o baricentro divide cada mediana na razão 2 para 1.

 

 Façamos, no plano cartesiano, um triângulo com vértices A(1, 4); B(-2, 1) e C(4, 3).

Podemos, calcular a medida da mediana AMA, do triângulo ABC formado:

a) Calculando as coordenadas do ponto médio MA do segmento BC;

 

MA (1, 2)

 

b) Calculando a distância entre A(1,4) e MA(1, 2).

 

Então a medida da mediana AMA é 2.

 

Vamos determinar as coordenadas do baricentro G(xG, yG) do triângulo ABC de vértices A(1, 4); B(-2, 1) e C(4, 3).

Utilizando o fato, que o baricentro divide cada mediana na razão 2 para 1, teremos que G divide AMA na razão r = 2.

 

Sabendo da coordenada de MA(1, 2) e fazendo , vamos obter xG e yG, coordenadas de G. 

Calculando a equação para xG: 

 

xG = 1 

 

Calculando a equação para yG:

 

De modo geral, teremos que:

a) A coordenada do ponto médio do lado BC é .

 

b) O baricentro G(xG, yG) divide o segmento AMA na razão 2.

 

c) A abscissa  será determinada a partir de   e como , teremos  = 2 e calculando a equação em xG , obteremos:


d) A ordenada  será determinada a partir de  = 2 e como , teremos  = 2 e calculando a equação em yG, obteremos: 


Então as coordenadas do baricentro são: .


 

Determinando a coordenada do baricentro G do triângulo de vértices M(3, 5), N(-1,6) e P(4, 10), teremos:

Então G(2, 7).

 


Condição de alinhamento de três pontos no plano

Sabemos que por dois pontos distintos passa uma única reta, ou seja A(xA, yA) e B(xB, yB) eles estão sempre alinhados.

Mas, qual a condição para que três pontos distintos A, B e C estejam alinhados?

 

A figura a seguir mostra três pontos A(2, 3), B(3, 4) e C(5, 6), que estão alinhados, os seja, são pontos de uma mesma reta.

Agora, para determinarmos, num plano, se os pontos estão alinhados a partir de suas coordenadas, deveremos notar que existem formados, entre eles, triângulos que percebemos que são semelhantes e com essa ferramenta dos triângulos semelhantes que determinaremos esta colinearidade.

  

Observe a figura:

Os triângulos notados ACE e ABD são semelhantes, portanto as razões se suas medidas correspondentes são iguais e teremos:  .

Verifiquemos este fato, calculando as medidas dos segmentos a partir das coordenadas dos pontos A(2, 3), B(3, 4) e C(5, 6).

Assim, AE = 5 – 2 = 3 ; AD = 3 – 2 = 1; CE = 6 – 3 = 3 e BD = 4 – 3 = 1.

De fato,  , verificado assim a semelhanças entre os triângulos notados.

 

Sendo a semelhança entre os triângulos notados, a condição inicial de alinhamento entre três pontos num plano, vejamos de modo geral, como será esta condição:

Como triângulos notados ACE e ABD são semelhantes, temos: .

Calculando as medidas dos segmentos a partir das coordenadas dos pontos A(xA, yA), B(xB, yB), C(xC, yC), teremos:

AE = xCxA

AD = xBxA

CE = yC yA

BD = yByA

Três pontos, num plano, serão colineares, quando valer a igualdade:

 

 

Vejamos se os pontos M(0, 2), N(-3, 1) e P(4, 5) são colineares. Para isso, deve valer a igualdade entre as razões:

Verificando:   

e     .

Notamos que as razões são diferentes, então os pontos não são colineares.

 

Vejamos se os pontos R(-2, 6), S(4, 8) e T(1, 7) estão alinhados.

Verificamos que  

e   .

As razões são iguais, então os pontos estão alinhados.


A condição de alinhamento de três pontos, num plano, a partir das coordenadas dos pontos A(xA, yA), B(xB, yB), C(xC, yC), apresentada aqui, tem o detalhe que de que a razão das diferenças das abscissas deve ser igual a razão das diferenças das ordenadas, partindo da ordem que no numerador é a diferença do terceiro ponto com o primeiro, e no denominador a diferença do segundo ponto com o primeiro também.

 

Condição de alinhamento de três pontos no plano, utilizando determinante de matrizes

Uma forma mais usual que determina a Condição de alinhamento de três pontos a partir de suas coordenadas é através de determinante de matrizes, que será demonstrado a seguir:

Sabemos que três pontos A(xA, yA), B(xB, yB), C(xC, yC), num plano, serão colineares, quando valer a igualdade:

  

Transformando a igualdade:

 

Slide 3: Essa igualdade

é equivalente a:

 , na forma de determinante de matriz.


E utilizando a ideia do Teorema de Laplace, concluímos que a igualdade anterior é equivalente a:

 

Então, como demonstrado, se os pontos  A(xA, yA), B(xB, yB), C(xC, yC) estão alinhados vale a igualdade:

Reciprocamente, se  , então, A(xA, yA), B(xB, yB), C(xC, yC) são pontos colineares.


Vejamos por esta forma se A(2, 3), B(3, 4) e C(5, 6) estão alinhados:

Como o resultado do determinante é 0, então, os pontos estão alinhados.

 

Vejamos agora se os pontos M(0, 2), N(-3, 1) e P(4, 5) são colineares, utilizando a condição do determinante nulo:

Como o resultado do determinante é diferente de 0, então os pontos não são colineares.

 

Um observação interessante, que torna o alinhamento de três pontos imediato, é quando as abscissas ou as ordenadas dos três pontos dados são iguais, entre si.

Os pontos A(2, 3), B(2, 4) e C(2, 6) estão alinhados, pois têm a mesma abscissa. 

Os pontos M(0, 2), N(-3, 2) e P(4, 2) estão alinhados, pois têm mesma ordenada.

 

Área de polígono Convexo

Slide 1: Quando três pontos não são colineares, ou seja não estão alinhados, num plano, eles formam um triângulo, e estes pontos serão os vértices do triângulo.

Os pontos A(1, 4); B(-2, 1) e C(4, 3) não são colineares, pois:

 = 1·(1 – 3) + 2·(4 – 3) + 4·(4 – 1) = – 2  + 2 + 12 = 12 ≠ 0.

Então, estes pontos são vértices de um triângulo. E como verificaremos, o determinante gerado auxiliará a calcular a área do triângulo.


Iremos calcular, a área do triângulo formado pelos vértices A(1, 4); B(-2, 1) e C(4, 3).

Notando que em torno a ele há um quadrilátero DEBF e três triângulos retângulos CDA, AEB e BFC, que devemos calcular suas áreas e fazer a diferença entre a área do quadrilátero A(DEBF) com cada uma das áreas dos três triângulos retângulos A(CDA), A(AEB), A(BFC) e obteremos a área desejada A(ABC) do triângulo formado pelos vértices A, B e C.

Da seguinte forma: A(ABC) = A(DEBF) – A(CDA) – A(AEB) – A(BFC).

Obteremos a área desejada A(ABC) do triângulo formado pelos vértices A(1, 4); B(-2, 1) e C(4, 3).

Da seguinte forma: A(ABC) = A(DEBF) – A(CDA) – A(AEB) – A(BFC).

Para isso, devemos calcular área A(DEBF) do fazendo o produto da base BF com a altura FD e a área A de cada triângulo retângulo que será a metade do produto de cada cateto, calculando as medidas dos lados utilizando as coordenadas dos pontos.

O segmento BF = 4 – (–2) = 6.

O segmento FD = 4 – 1 = 3.

 Então A(DEBF) = 6 x 3 = 18.

Agora, vamos calcular a área de cada triângulo retângulo, calculando as medidas dos lados utilizando as coordenadas dos pontos A(1, 4); B(-2, 1) e C(4, 3).

A área A(CDA) é a metade do produto dos catetos CD e DA.

O segmento CD = 4 – 3 = 1

O segmento DA = 4 – 1 = 3

Então A(CDA) =  

 

A área A(AEB) é a metade do produto dos catetos AE e EB.

O segmento AE = 1 – (–2) = 3

O segmento DA = 4 – 1 = 3

Então A(CDA) = 


Slide 5: A área A(BFC) é a metade do produto dos catetos BF e FC.

O segmento BF = 4 – (–2) = 6

O segmento DA = 3 – 1 = 2

Então A(CDA) =  = 6.

Agora, já conhecidas todas áreas necessárias:

A(DEBF) = 18 

A(CDA) = 3 / 2 

A(CDA) =  9 / 2 

A(CDA) = 6

 

Finalmente podemos fazer:

A(ABC) = A(DEBF) – A(CDA) – A(AEB) – A(BFC)

A(ABC) =  = 6. 

Notemos que a área do triângulo é a metade do valor do determinante calculado anteriormente na condição de não alinhamento de três pontos, isso não é por acaso.


De modo geral, sendo os pontos sendo os pontos A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC, yC) vértices de um triângulo, podemos calcular a área A do triângulo do seguinte modo:

.

Fatalmente, o módulo da metade do determinante da condição de alinhamento entre três pontos.

Calculemos  a área do triângulo formado pelos pontos M(0, 2), N(-3, 1) e P(4, 5)

 = 0·(1 – 5) + 3·(2 – 5) + 4·(2 – 1) = 0 – 9 + 4 = – 5

Então A =   = 2,5.

 

 Determinando a equação geral da reta por alinhamento de três pontos

Vamos compreender agora, como se dá uma equação geral da reta a partir do alinhamento de pontos. Como se sabe uma reta é perfeitamente caracterizada se são conhecidos dois de seus infinitos pontos, um terceiro ponto se estiver alinhado à esses dois pontos conhecidos pertencem à reta determinada. Vejamos: 

Sendo P(x, y) um ponto qualquer dessa reta, teremos, então, o alinhamento de P com A e B, assim, verifica-se a condição de alinhamento, isto é:

 

 

Resolvendo o determinante acima pela Regra de Sarrus, temos:

 (x ∙ yA ∙ 1 + y ∙ 1 ∙ xB + 1∙ xA ∙ yB) – (xB  ∙ yA ∙ 1 + yB ∙ 1 ∙ x + 1 ∙ xA ∙ y) = 0

x∙yA + y∙xB + xA ∙ yB – xB ∙ yA – yB ∙ x – xA ∙ y = 0

 

Colocando o x e o y em evidência, temos: 

x∙(yA – yB) + y∙(xB – xA) + (xA ∙ yB –  xB ∙ yA) = 0 (*)

 

Vamos fazer as seguintes considerações a fim de tornar a equação acima mais simples:

A = yA – yB

B = xB – xA

C = xA ∙ yB – xB  yA

 

E substituindo em (*), temos Ax + By + C = 0, chamada equação geral da reta r.

 

Exemplo: Obtenha a equação geral da reta r que passa pelos pontos A (2, –1) e B (1, 3).

 

Para obter a equação da reta r, deve-se resolver o determinante abaixo:



Atividade:

(ENEM-2013) Nos últimos anos, a televisão tem passado por uma verdadeira revolução, em termos de qualidade de imagem, som e interatividade com o telespectador. Essa transformação se deve à conversão do sinal analógico para o sinal digital. Entretanto, muitas cidades ainda não contam com essa nova tecnologia. Buscando levar esses benefícios a três cidades, uma emissora de televisão pretende construir uma nova torre de transmissão, que envie sinal às antenas A, B e C, já existentes nessas cidades. As localizações das antenas estão representadas no plano cartesiano:

 

A torre deve estar situada em um local equidistante das três antenas. 

O local adequado para a construção dessa torre corresponde ao ponto de coordenadas:

(A) (65, 35).

(B) (53, 30).

(C) (45, 35).

(D) (50, 20).

(E) (50, 30).


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